domingo, 28 de outubro de 2012

A eleição e a escolha de carreira


   
   Estava refletindo hoje, em época de eleição, como seria importante se nossos jovens vislumbrassem como expectativa e sonho,  a possibilidade de seguirem uma carreira política, uma carreira pública. Fato é que a incredulidade permeia a nossa relação com essa "coisa" chamada política. E não é à toa! Desde que me conheço por gente, vinda de uma família altamente politizada, a ideia que ficava era de que,  esse era um mundo pra poucos e, que, só os mais "capacitados" e intelectualmente privilegiados estariam aptos à exercer um cargo de liderança como vereador, prefeito, deputado estadual ou federal, e até presidente da República. Hoje percebo que além desses atributos nem tão exigidos, mas,  sem dúvida importantes, o item ética, é aquele que mais faz  falta. Pela minha relação adulta com as questões políticas e as conversas que dividimos em casa, no colégio, percebo a desesperança do adulto e do jovem. Na maioria das vezes, se o jovem pensa lá na frente em exercer um cargo político de liderança, parece que partem  do pressuposto,  que esse é um mundo à parte do todo. Como se alguém eleito,  estivesse privilegiando apenas sua vida, seus rendimentos e sua abundancia material pessoal. Não gostaria de pensar e não gostaria que o jovem pensasse dessa forma. Parece-me uma situação já instituída que não temos possibilidade de mudar, e confesso, sinto-me também frustrada e com dificuldade de pensar diferente. Como se fôssemos reféns de um "bando" de pessoas, que são nossos "funcionários", por nós, eleitos, e que não se preocupam em nos prestar contas do que estão fazendo com nosso dinheiro, com os altos impostos que pagamos. Há de ter jovens, no meio dessa multidão,  que está prestes a escolher profissão, alguns que com sua habilidade administrativa, com seu planejamento, com uma equipe bem estruturada, com olhar para o ser humano, concorra nas futuras eleições à cargos públicos.
   Sim, a humanização da política, a humanização dos políticos. Humanizar - tornar humano- colocar-se no lugar do outro, do que não teve a mesma oportunidade na vida. O ser humano "bem tratado" é outro ser. O ser humano que sente-se valorizado pela qualidade da escola, da educação, da saúde, de hospitais, médicos, psicólogos, de onde mora.
   Será difícil termos jovens dispostos a liderar esse estandarte de mudança?
   Queridos jovens, sigam seus caminhos profissionais, mas pensem que também há espaços importantíssimos na carreira política, mas só se habilite à isso se, de fato você se importa consigo e com o outro. Assim teremos possibilidade de vibrar com você e mudar essa história.

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