Interessante que comecemos a pensar, que a forma como escolhemos não precisa ser definitiva. Desde quando começamos a ter consciência das coisas, temos a possibilidade de exercer a nossa capacidade de escolha, e a maneira como vamos fazê-la, vai depender muito dos códigos que nos foram inseridos pelo nosso meio, pelo nosso ambiente de vida, pelos nossos pais. Há pais que "empurram" e permitem que os filhos comecem a exercer sua autonomia desde cedo. Há outros que por histórias pessoais, não conseguem "soltar", e fazem questão de exercitar o controle por muitos anos, e quando o filho chega ao Ensino Médio, esses mesmos pais têm a fantasia que os filhos caminharão com as próprias pernas. Mas...como? Não foram treinados para isso, não conviveram com isso, e nesse momento os filhos começam a sentir uma forte necessidade de dar uma resposta à essa expectativa dos pais, e muitas vezes fazem escolhas atropeladas.Como se não saber o que se deseja, fosse uma fragilidade, ou um sinal de fraqueza. Isto é observado principalmente nos meninos. O senso comum, a cultura existente nos diz que "homem têm que saber o que quer". E eu vos digo que, não precisam ter respostas para o que ainda não sabem!
É comum verificarmos à nossa volta e percebermos, principalmente no comportamento das mães da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, alguns comportamentos que acabam inibindo a possibilidade do filho(a) ir adquirindo aos poucos a capacidade de escolha. Por exemplo: mães que no início do ano fazem questão de escolher o tipo de caderno, a borracha, a caneta, a mochila, muitas vezes indo sozinhas à papelaria. E quando o filho(a) percebe, já está com o material pronto, escolhido, etiquetado.
Não estou dizendo dos limites necessários, porém os pais podem estabelecer com o filho até quanto podem gastar, quanto podem pagar, dar algumas orientações de escolha, e deixar que ele(a) perceba que, embora tenha vários desejos, alguns poderão ser atendidos, outros não. Mas que nesse pequeno universo que é a escolha do seu material, ele possa fazê-lo!
Para você, jovem que está tão aflito nesse momento, pulando de curso em curso às vezes num só dia; observe-se: como é que você escolhe um tênis diante da vitrine do shopping?
Alguns me responderão: "bato o olho, resolvo e pronto", outros dirão que pedem que se derrube toda a prateleira, prova todos e não leva nenhum, outros ainda escolherão pelo modelo, pela cor, pensando nas roupas têm em casa que possa combinar, outros precisarão sempre de alguém junto; um amigo, uma amiga, a mãe, o pai, alguém que ratifique sua decisão.
Claro que é muito gostoso partilharmos nossas indecisões, e até saudável, mas o que deve prevalecer numa escolha é o desejo de quem o está fazendo, não pode ser o desejo do outro.Quem vai usar o tênis é você, e assim, você deverá sentir-se muito bem com esse tênis no pé. Deverá estar confortável, porque possivelmente estará no seu pé quase todo dia. E tem coisa pior que andar com um tênis ou um calçado apertado que te causa desprazer cada vez que você o coloca?
Assim a profissão que você vai escolher. Ela deverá te causar uma sensação muito agradável, você estará lidando com as adversidades que ela vai exigir, porque a adversidade existe sempre em muitas situações, mas estará te fazendo um bem enorme, porque gosta de estar naquele lugar, com aquelas pessoas, exercendo aquele tipo de trabalho, satisfeito com a sua remuneração.
Na verdade, quem escolhe a profissão escolhe que tipo de vida quer ter, como quer viver, em que ambiente deseja estar.
Faça esse exercício hoje: Como você se imagina daqui a 10 anos?
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