segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como as nossas vivências passadas nos controlam na hora de escolher profissão....



Somos seres caminhantes, e assim temos em nossa vivência,  um número significativo de motivos para escolher  isso ou aquilo. Entre as possibilidades;  aproximadamente 500 cursos de graduação, com diferentes nomes, diferentes especialidades,   tentamos buscar dentro de nós,  respostas que possam conduzir-nos  a uma escolha significativa, que agregue valores importantes à nossa vida pessoal e profissional.
Alguns casos interessantes que já acompanhei, fazem-me crer que,  muitos fatores inconscientes podem interferir e até ofuscar  a clareza que gostaríamos de ter.  Escolhas afetivas,  escolhas para a continuidade de “empresas familiares”, escolhas para "agradar" os pais,  escolhas para aproveitar “carteiras de clientes” dos  pais, que podem ser  médicos, advogados, dentistas, etc. 
Uma das situações  de grupo que mais me marcaram nesses últimos  15 anos em que trabalho com orientação aos alunos que vão prestar o vestibular,   foi de um jovem de 17 anos que inicialmente colocou para o grupo que não conseguia achar algo positivo nele, que achava que “não servia para fazer nada”, denotando uma auto estima muito prejudicada.  Após seu relato e depois de alguns encontros onde ele fez colocações importantes sobre o quadro familiar – pais separados recentemente- muitas mágoas, muitas  decepções, muito sofrimento ele diz:     “.... estou pensando em fazer  Gastronomia...."
 Continuamos conversando e ele relata que gostava de cozinhar, que apreciava fazer churrascos, que gostava de saber sobre os diferentes temperos nos supermercados, mas que acima de tudo, enxergava a Gastronomia como uma possibilidade de unir a família, já que “...é à mesa, com comida farta, que as famílias se reúnem, e comida à mesa é sempre uma celebração familiar...”, e essa seria uma maneira que ele encontrou de  juntar o quê, naquele momento estava totalmente desfeito. Lembro-me que houve uma comoção no grupo, pois mesmo sem a experiência necessária, aqueles jovens perceberam  que o que  falava  mais alto  naquele momento, não era o que ele queria como profissional, que tipo de trabalho gostaria de fazer, mas sim como ele faria para ter sua família de volta.
Depois de alguns encontros, dinâmicas de autoconhecimento, da tomada de consciência daquilo que o motivava naquele momento, da sua impotência diante de tamanha responsabilidade, que é juntar o que está separado, e  muita, muita pesquisa, ele optou por Relações Internacionais. Hoje já está formado e é um ótimo profissional.


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