Somos seres caminhantes, e assim temos em nossa vivência, um
número significativo de motivos para escolher
isso ou aquilo. Entre as possibilidades; aproximadamente 500 cursos de graduação, com diferentes nomes, diferentes especialidades, tentamos buscar dentro de nós, respostas que possam
conduzir-nos a uma escolha
significativa, que agregue valores importantes à nossa vida pessoal e profissional.
Alguns casos interessantes que já acompanhei, fazem-me crer
que, muitos fatores inconscientes podem
interferir e até ofuscar a clareza que
gostaríamos de ter. Escolhas afetivas, escolhas para a continuidade de “empresas
familiares”, escolhas para "agradar" os pais, escolhas para aproveitar “carteiras de clientes” dos pais, que podem ser médicos, advogados, dentistas, etc.
Uma das situações de
grupo que mais me marcaram nesses últimos
15 anos em que trabalho com orientação aos alunos que vão prestar o
vestibular, foi de um jovem de 17 anos
que inicialmente colocou para o grupo que não conseguia achar algo positivo
nele, que achava que “não servia para fazer nada”, denotando uma auto estima
muito prejudicada. Após seu relato e
depois de alguns encontros onde ele fez colocações importantes sobre o quadro
familiar – pais separados recentemente- muitas mágoas, muitas decepções, muito sofrimento ele diz: “.... estou
pensando em fazer Gastronomia...."
Continuamos
conversando e ele relata que gostava de cozinhar, que apreciava fazer
churrascos, que gostava de saber sobre os diferentes temperos nos supermercados,
mas que acima de tudo, enxergava a Gastronomia como uma possibilidade de unir a
família, já que “...é à mesa, com comida farta, que as famílias se reúnem, e
comida à mesa é sempre uma celebração familiar...”, e essa seria uma maneira que ele encontrou de juntar o quê, naquele momento estava totalmente desfeito. Lembro-me que houve
uma comoção no grupo, pois mesmo sem a experiência necessária, aqueles jovens
perceberam que o que falava
mais alto naquele momento, não
era o que ele queria como profissional, que tipo de trabalho gostaria de fazer,
mas sim como ele faria para ter sua família de volta.
Depois de alguns encontros, dinâmicas de autoconhecimento, da tomada de consciência daquilo que o motivava naquele momento, da sua impotência diante de tamanha responsabilidade, que é juntar o que está separado, e muita, muita pesquisa, ele optou por Relações
Internacionais. Hoje já está formado e é um ótimo profissional.
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