A ideia do blog é a demanda! Adolescente sofre para escolher. Sofre para tomar decisão, porque escolher significa ganhos e perdas! E muitos se veem solitários para essa escolha tão significativa em suas vidas! Se você está nesse momento e tem dúvidas, parabéns. Significa que a maturidade está acontecendo!
sábado, 29 de setembro de 2012
Crescer dói, mas é necessário!
Para alunos do 3º ano do ensino médio, em especial para os alunos do Colégio Divino Salvador
Recebi nessa semana um aluno, um tanto quanto aflito pois não sabe como lidar com o fato da mãe - pais separados - não facilitar-lhe a possibilidade de escolher um curso, em uma faculdade, onde terá que morar em outra cidade, e que, devido à distância, terá a possibilidade de vir à cada 15 dias de volta pra casa.
A história é que, esse filho e essa mãe, até pela circunstância da separação dos pais, quando ele era ainda pequeno, fez com que um vivesse em função do outro, e a ideia é que esse momento de "separação" iria demorar muito à chegar. Só que chegou e isso está desestruturando essa história e esse caminhar juntos.
Percebo que, nós mães, temos mais dificuldade em aceitar o momento de crescimento e escolhas pessoais dos filhos, quer seja no curso, no namoro, no estilo de vida. Somos "leoas" quando, sentimos o eminente "perigo" de "perdermos" nossas crias. Volto à dizer que nós somos os adultos dessa relação, e apesar de sentirmos um "friozinho na barriga" quando os filhos nos anunciam:"Vou prestar tais e tais vestibulares, aqui, acolá, etc", temos que trazer os pés à realidade e perceber que eles já não dependem tanto da nossa opinião e do nosso estado de vida, para decidirem seu futuro. Somos importantes para eles e o seremos sempre, porém, a hora é agora.
Deixemos que eles sonhem, se arrisquem, pensem grande esse futuro. Não vamos reduzir as possibilidades de nossos filhos à esse pequeno entorno, que é a cidade que moramos, às faculdades que existem na cidade, à facilidade que terão continuando a morar em nossa casa. O filho sonha ir longe, e esse ir longe significa muitas vezes, ir longe fisicamente dos pais, da mãe. É experimentar como se darão tendo que pegar ônibus, fritar ovo, fazer miojo, ligar pra mãe perguntando como faz strogonoff, marcar consulta no dentista. Ir longe é testar-se no exercício de usar bem o que nós pais e nós mães orientamos e demos de valores durante todo esse período que permaneceram sob a nossa tutela. Mães; sofram, mas não tanto ao ponto de truncarem a possibilidade de grandes êxitos e grandes tentativas de seus filhos.
É o que sempre digo: crescer dói, mas é necessário e urgente!
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Quero adiar o Vestibular!
Os sinais de cansaço começam a aparecer nessa época do ano letivo. Alguns alunos bastante focados no desejo de uma boa aprendizagem e tentando manter o "pé no acelerador" motivados pelo grande desejo de concluir a etapa do ensino médio e iniciar - se possível- a graduação,outros ainda preocupados em dar conta do ensino médio, tentando somar os pontos necessários para garantir a aprovação.
De qualquer forma, é interessante que o jovem tenha clareza que, embora as expectativas os "empurrem" para prestarem o vestibular ao término do ensino médio, podem pensar diferente!
Muitos alunos, que trocam suas indecisões comigo, trazem consigo dúvidas e inseguranças com relação a qual o momento certo, quando vão amadurecer, quando vão ter certeza do que querem?
Particularmente, percebo como algo natural o aluno desejar ter mais um ano, mais um tempo, uma ano de cursinho, até ter um contato maior com a vida.Isso não lhes dá garantia, porque o 100% de certeza não existe. Toda escolha envolve riscos e a escolha do momento certo depende de cada pessoa. Porém é importante que os pais não se assustem se o filho manifestar o "não desejo", porque isso também é uma escolha!
Um ano a mais pode fazer uma diferença significativa no foco da vida!
sábado, 22 de setembro de 2012
Pais: "Falem com seus filhos, não só sobre passar no Vestibular.....
Tenho acompanhado com preocupação, inúmeros casos onde percebo que o silêncio paira no ar....O que está acontecendo?
Será que está comum não nos comunicarmos, não falarmos, não olharmos nos olhos das pessoas, dos nossos filhos, dos nossos pais, dos nossos amigos? Será normal não sabermos e não termos curiosidade de saber?
Em época de inscrição para os vestibulares, ENEM, pesquisa de profissões, orientação de carreira, muitos alunos nos procuram. Ás vezes com dúvidas corriqueiras, ás vezes com dúvidas muito sérias. Por exemplo, acho uma dúvida séria quando desenvolvemos uma dinâmica voltada para as atividades profissionais que foram desenvolvidas pelos avós, bisavós, pais, tios, e percebo que um número significativo de alunos não sabem a profissão dos pais. Isso mesmo. Até eu não saber o que meus bisavós faziam, ou os avós, no que trabalham ou trabalharam, digamos que não seria tão provável, mas me assusta o jovem me dizer; "Olha Bel, sei que meu pai fez curso superior, mas eu não sei direito qual curso foi. Parece que ele começou um, desistiu e começou outro, mas não sei te falar".
Acreditem, isso é mais comum do que vocês possam imaginar!
Uma outra coisa que não sabem: o ramo da atividade que os pais trabalham, o nome da empresa que desempenham sua atividade profissional. E aí me pergunto, não seria o momento de mudarmos esse cenário? Claro fica, que isso é falta de conversa, falta de interesse de um pelo outro. Como seria bom se, os pais contassem para seus filhos como "cresceram" na vida. Como optaram pela profissão que têm, quais os dramas que vivenciaram na sua caminhada, o que deu certo e o que não deu. Contem para seus filhos, como foi começar um curso e ter que parar, às vezes por falta de dinheiro, ou por ter escolhido o curso errado que não tinha nada a ver com você.Falem para ele como é a sua rotina no trabalho, coisas que você apesar de não gostar têm que fazer, atingir as metas e outras que você gosta muito, e se sente feliz com isso.
Os nossos filhos irão ver significado naquilo que sentirem importância. Se nós, enquanto adultos da relação e enquanto pessoas que já passaram por toda essa vivência, não nos sentirmos entusiastas para passar isso ao filho, e estimulá-lo a conhecer a vida, estaremos numa função extremamente passiva, como se não estivéssemos implicados na situação e na dúvida, e pior, como se não estivéssemos interessados no que ele está passando nesse momento, e na vida dele.
Conversem com seu filho sobre isso. Digam à ele se vocês, pais, vão conseguir pagar uma faculdade particular se ele não conseguir na pública. Ajudem-no à encontrar possibilidades: estudar à noite e trabalhar de dia, morar fora ou viajar todos os dias, fazer empréstimo através do FIES, ou até verificar se a própria faculdade têm algum tipo de empréstimo, desconto para quem desenvolve alguma atividade na faculdade, entre outras opções.
A ideia é: sem conversa, escolher profissão fica muito, mas muito mais difícil!
sábado, 15 de setembro de 2012
O excesso de proteção da família dificultam a decisão da carreira
As famílias, em especial pai e mãe, muitas vezes não têm a dimensão dos reflexos do seu "funcionamento" na vida dos filhos.
No momento da escolha do curso superior, tudo o que o jovem viveu desde a sua concepção, irá ter influência na decisão. Deparo-me com jovens absolutamente inseguros, introvertidos, tímidos e por consequência com medo de arriscar-se, de ter iniciativa positiva em relação à própria vida, em relação às suas escolhas. Estão sem "garra", sem força pra enfrentar o que têm pela frente.
Quando somos mães excessivamente protetoras, ou quando um dos dois- pai ou mãe - são muito críticos, a situação geralmente é que; cada vez que o filho tenta se arriscar, tenta dar sua opinião, é "informado" que não está certo, que não está sendo assertivo, que deveria pensar desse ou daquele jeito. Diante dessa atitude e dessa repetida mensagem, de que ele não é capaz, de que ele não consegue, a tendência natural é desse filho não colocar-se mais e ir se calando. Vai calando as perguntas, vai calando a curiosidade, vai calando o diálogo. Não têm muito o que "trocar", pois aquilo que têm a oferecer, pode sempre ser visto como não suficiente, e o jovem passa a viver impulsionado por uma auto-estima baixa, passa a ter muito medo de errar, pois não vive mais segundo os seus desejos, mas sim, vive para atender a expectativa dos pais, começa a confundir o que é seu e o que não é seu desejo.
Sei que boa parte dos pais não têm consciência desse modo de ser e o "estrago" que isso causa, porém entendo que precisamos ter mais cuidado em respeitar o crescimento natural de nossos filhos. Filho precisa ser cuidado como criança quando o é, mas filho cresce, filho precisa ter pensamento próprio, escolha própria, desejo próprio, opinião. O medo, a insegurança já são inevitáveis quando se deparam com o novo, por isso não precisamos acrescentar mais "fermento nesse bolo".
Sugiro uma boa conversa, sugiro ouvidos mais atentos, coração atento e confiança na possibilidade desse filho escolher, tentar, treinar, acertar, errar, começar e recomeçar. É isso que a vida nos pede! E é isso que nós, adultos dessa relação, fazemos todos os dias!
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