domingo, 19 de agosto de 2012

Os  filhos não devem ser responsáveis por fazer o curso  que os pais  queriam, desejaram e não  fizeram!

Fico um pouco apreensiva, e confesso até sem entender muito, o que se passa na cabeça e no coração de muitos pais que transportam para seus filhos vestibulandos, expectativas e até "ordens" para que os filhos cursem aquilo que eles  queriam ter feito,  e por algum motivo, não fizeram.
 É estranho pensar que algum ser humano, seja lá quem for,  possa responder e dar conta dos  nossos "descaminhos", ou tente realizar as frustrações alheias.
Tenho atendido um número significativo de alunos que às vésperas de inscreverem-se nos vestibulares, ainda se deparam com a dúvida de fazer aquilo que estejam imaginando que seja o melhor para eles, ou ainda tentar "atender, agradar e até  obedecer" o pai, ou a mãe que depositam nesse filho a sua necessidade de realização.
Para quem como eu, há muito anos atendo e trabalho com alunos do ensino médio, tendo um repertório importante do quanto esses alunos literalmente "sofrem" para escolher, fico pensando da importância desses pais abrirem um pouco mais a sua percepção de vida escolar, de crescimento de filho, de quantas possibilidades esses jovens têm hoje para galgarem muitos caminhos, e que não há como a todo momento, estarem além de preocupados com o seu presente e o seu futuro, terem que retomar os caminhos que foram ou não traçados por seus pais. O ser humano é único, a vida de cada um é única. O curso que esse jovem escolher, têm que ter a ver com ele, com seu jeito, suas habilidades, seu perfil, seu gosto, seu desejo.É ele que vai cursar e é ele que vai trabalhar todos os dias de sua vida profissional com isso, portanto não dá para fazer algo simplesmente porque ouve: "Ou você faz isso, ou não vou te ajudar. Você vai ter que se virar sozinho. Isso acontece tanto para a escolha do curso quanto a eterna frase: "Você tem que entrar na Universidade Pública. Já te paguei um excelente ensino médio e é isso que espero de você".
Às vezes atendo o mesmo aluno com essas duas demandas: fazer o curso que um dos pais querem e não ter a opção de tentar uma faculdade particular, mesmo que os pais tenham condição financeira para isso.
Gente, os nossos filhos precisam ter dentro de si a certeza de quem são capazes de seguir em frente, seja lá com  o quê escolherem, e para isso precisam exercitar essa escolha,  não a que queremos, mas a que eles desejam.
O que precisamos é dar clareza aos nossos filhos de apoio, de qual é a nossa condição ou não de pagarmos uma faculdade particular, de ajudá-los fazendo todas as visitas possíveis às faculdades, colocarmos esses filhos em contato com profissionais da área para que saibam a rotina de trabalho dessa ou daquela profissão, e depois ficarmos torcendo para que tudo isso os façam felizes.
Permitam que eles deixem a porta entreaberta e se descobrirem que se equivocaram, possam fazer o caminho de volta e recomeçar.Pensem seriamente nisso!

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