quinta-feira, 30 de agosto de 2012


A reação dos alunos ao fazer a inscrição para os vestibulares.

Tenho tido  semanas de intenso  trabalho desde a volta dos alunos para o 2º semestre. Além dos medos e inseguranças que surgem no momento de "fecharem" sua escolha, outros receios começam a surgir. Pais, vocês não calculam como alguns filhos sofrem com o receio de morarem longe de casa, de não ter a "comida" da mãe, de se assustarem de lidar com cartão de débito, de crédito, de ter que pagar conta, negociar o valor da diarista, achar com quem morar, e enfrentar o novo. Ah! o novo. É assustador quando está na imaginação! Vira um "monstro"!
O que os alunos trazem como queixa geralmente é o medo de estar escolhendo a profissão errada.Só que após algumas intervenções, vou percebendo que a escolha está segura, eles têm até o plano "B" já estabelecido. Se não entrar vou fazer cursinho, vou amadurecer melhor minha decisão, enfim. E aí começa a aparecer na "queixa" o entorno desse aluno. E no entorno estão incluídos a expectativa dos pais, da família, dos amigos, o namoro atual, a distancia de casa, a "república, e toda a moldura que compõe nada mais que o CRESCER.
Cresçam caros alunos. Dói,  mas vale a pena viver em plenitude esse momento tão exigente, mas tão maravilhoso!

domingo, 19 de agosto de 2012

Os  filhos não devem ser responsáveis por fazer o curso  que os pais  queriam, desejaram e não  fizeram!

Fico um pouco apreensiva, e confesso até sem entender muito, o que se passa na cabeça e no coração de muitos pais que transportam para seus filhos vestibulandos, expectativas e até "ordens" para que os filhos cursem aquilo que eles  queriam ter feito,  e por algum motivo, não fizeram.
 É estranho pensar que algum ser humano, seja lá quem for,  possa responder e dar conta dos  nossos "descaminhos", ou tente realizar as frustrações alheias.
Tenho atendido um número significativo de alunos que às vésperas de inscreverem-se nos vestibulares, ainda se deparam com a dúvida de fazer aquilo que estejam imaginando que seja o melhor para eles, ou ainda tentar "atender, agradar e até  obedecer" o pai, ou a mãe que depositam nesse filho a sua necessidade de realização.
Para quem como eu, há muito anos atendo e trabalho com alunos do ensino médio, tendo um repertório importante do quanto esses alunos literalmente "sofrem" para escolher, fico pensando da importância desses pais abrirem um pouco mais a sua percepção de vida escolar, de crescimento de filho, de quantas possibilidades esses jovens têm hoje para galgarem muitos caminhos, e que não há como a todo momento, estarem além de preocupados com o seu presente e o seu futuro, terem que retomar os caminhos que foram ou não traçados por seus pais. O ser humano é único, a vida de cada um é única. O curso que esse jovem escolher, têm que ter a ver com ele, com seu jeito, suas habilidades, seu perfil, seu gosto, seu desejo.É ele que vai cursar e é ele que vai trabalhar todos os dias de sua vida profissional com isso, portanto não dá para fazer algo simplesmente porque ouve: "Ou você faz isso, ou não vou te ajudar. Você vai ter que se virar sozinho. Isso acontece tanto para a escolha do curso quanto a eterna frase: "Você tem que entrar na Universidade Pública. Já te paguei um excelente ensino médio e é isso que espero de você".
Às vezes atendo o mesmo aluno com essas duas demandas: fazer o curso que um dos pais querem e não ter a opção de tentar uma faculdade particular, mesmo que os pais tenham condição financeira para isso.
Gente, os nossos filhos precisam ter dentro de si a certeza de quem são capazes de seguir em frente, seja lá com  o quê escolherem, e para isso precisam exercitar essa escolha,  não a que queremos, mas a que eles desejam.
O que precisamos é dar clareza aos nossos filhos de apoio, de qual é a nossa condição ou não de pagarmos uma faculdade particular, de ajudá-los fazendo todas as visitas possíveis às faculdades, colocarmos esses filhos em contato com profissionais da área para que saibam a rotina de trabalho dessa ou daquela profissão, e depois ficarmos torcendo para que tudo isso os façam felizes.
Permitam que eles deixem a porta entreaberta e se descobrirem que se equivocaram, possam fazer o caminho de volta e recomeçar.Pensem seriamente nisso!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

E começam as inscrições para os Vestibulares!

No retorno das aulas nesse segundo semestre, acontece sempre uma rotina interessante; quando os alunos do 3º ano do Ensino Médio se deparam com o início das inscrições para os Vestibulares: FUVEST, UNICAMP e tantos outros, também em instituições particulares.
Tive uma semana recheada de alunos que me procuraram, com indícios de incertezas. Alunos que passaram pelo processo de Orientação Profissional, que pesquisaram, que foram às Feiras de Profissões oferecidas por grandes instituições, e que após todo esse investimento, escolheram aquilo que julgaram mais adequado ao seu perfil, aos seus desejos, aos seus projetos. Porque então "bate esse desespero quando as inscrições se iniciam?"
Porque a ideia que se tem,  ainda é que ao escrever na ficha o nome do curso pretendido, está se  selando um compromisso eterno, que deve durar o tempo em que esse jovem tiver uma vida produtiva. Uma  visão equivocada do que significa escolher. Essa é a grande e primeira decisão autônoma porque o jovem escreve nessa ficha, aquilo que ele pretende cursar, pretende trabalhar, pretende subsistir e ter um retorno do seu trabalho; e claro que é uma atitude que demanda consequências, que podem atender ou não a expectativa desse jovem.
O fato é que a busca por partilhar comigo, ou com os pais, com amigos, com professores é a incerteza, é a busca de alguém que dê garantias, que não tem como serem dadas.
O nosso papel de adultos nessa relação,  é de ouvirmos e tentarmos dar ao jovem a consciência que por difícil que seja, chegou a hora. Parecia tão distante, parecia que iria demorar tanto a chegar, e chegou, e  vem o susto e de novo o receio de estar fazendo a escolha errada, o receio de crescer. Entrar nesse "mundo de gente grande" e chegar à conclusão que crescer "dói" e traz incertezas e beleza, e por isso deve ser vivido intensamente.
A minha sugestão é que após o preenchimento da ficha de inscrição para os Vestibulares, você procure se tranquilizar. Preste o exame para aquilo que escolheu. Tenha um plano para a aprovação e um plano "B" se não der. Escolha com cuidado as instituições possíveis que pretende  cursar e vá em frente.
Efetivamente você só terá certeza que acertou no curso, quando começar a se envolver com as disciplinas, com a prática e com a vivência acadêmica, que sem dúvida, pode ser um dos  momentos mais significativos que o jovem pode ter.